3 sinais de que reação anti-Trump ganha força no mundo
Por Rádio Interativa 87,9 FM
Publicado em 17/05/2025 10:47
Política

Quando assumiu pela segunda vez a presidência dos Estados Unidos, no dia 20 de janeiro, Donald Trump prometeu que, a partir daquele dia, seu país seria "a inveja de todas as nações".

"Os Estados Unidos irão recuperar seu lugar correspondente como a maior, mais poderosa e mais respeitada nação da Terra, inspirando o assombro e a admiração de todo o mundo", anunciou Trump, de forma bombástica.

Desde então, mais de 100 dias se passaram. E, talvez, alguns pontos sigam um sentido contrário ao que muitos podem ter imaginado ao ouvir esta mensagem.

Em diferentes regiões do planeta, parece estar se cristalizando uma disposição contrária a Trump e seu governo – seja por suas ações (como buscar guerras comerciais e a prisão de imigrantes), seu distanciamento de velhos aliados americanos ou por suas ameaças de tomar territórios de outros países.Aqui estão três sinais desta postura anti-Trump que vem surgindo de várias formas pelo mundo.

 

1. Voto contrário em países aliados

 

O Canadá é quase antípoda da Austrália. Mas as recentes eleições nos dois países tiveram Donald Trump como um elemento que influiu nos seus resultados.

Até o início do segundo mandato do presidente americano, os líderes conservadores com características similares às de Trump naqueles países pareciam destinados a triunfar nas urnas.

Mas tudo mudou em poucas semanas. O canadense Pierre Poilievre e o australiano Peter Dutton foram derrotados de forma retumbante nas eleições realizadas em 28 de abril e 3 de maio passado, respectivamente.

Os vencedores foram os partidos de centro-esquerda atualmente no poder, encabeçados pelo primeiro-ministro Mark Carney, no Canadá, e pelo seu homólogo australiano, Anthony Albanese.Carney substituiu o ex-primeiro-ministro Justin Trudeau em março. Ele se apresentou como o líder que poderia garantir a estabilidade do Canadá e enfrentar Trump e suas ideias de impor tarifas de importação a produtos canadenses ou até anexar o país como o 51º Estado americano.

"Poilievre foi observado como próximo de Trump, nas suas posições políticas", segundo o professor emérito de relações internacionais da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, Steven Lamy.

"E, quando Trump começou a brincar com Trudeau e pedir que o Canadá se transformasse no 51º Estado, aquilo foi demais para os canadenses, que têm orgulho do seu país", declarou o professor à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

Os australianos também consideraram Albanese como alguém mais confiável para lidar com Trump do que a alternativa conservadora, segundo as pesquisas.

Em outras partes do mundo, houve resultados diferentes. As eleições equatorianas de abril reelegeram o presidente Daniel Noboa. Ele demonstrou proximidade com Trump durante a campanha eleitoral.

Já o primeiro turno presidencial da Romênia e as eleições locais da Inglaterra, neste mês de maio, levaram à vitória partidos populistas ou de direita radical.

Mas a forma em que incidiu o fator Trump em dois velhos aliados dos Estados Unidos – o Canadá e a Austrália – pode marcar um precedente para eleições importantes em outros países.

Comentários