O torcedor do Atlético que jogou a bomba que feriu o fotógrafo Nuremberg José Maria, 67 anos, também foi responsável por arremessar outros artefatos na Arena MRV, na região Noroeste de Belo Horizonte. As informações sobre a prisão do torcedor são detalhadas em entrevista coletiva dada pelo governador em exercício, Mateus Simões, e por representantes das polícias Militar e Civil na manhã desta segunda-feira (18).
O torcedor, preso nesse domingo (17), é pedreiro, tem 24 anos, mora em Contagem, na Grande BH, e não faz parte de nenhuma torcida organizada.
“A gente tem já a demonstração de que ele não arremessou só uma bomba. São vários artefatos que foram arremessadas por esse mesmo indivíduo, de 24 anos, morador da cidade de Contagem, onde ele foi preso em casa ontem (domingo) de manhã", disse Mateus Simões, reforçando que a responsabilidade pela segurança na Arena MRV no dia da final entre Atlético e Flamengo não era da PM. Simões explicou que foram examinadas centenas de câmeras, para identificar o torcedor que jogou a bomba que feriu o fotógrafo e outros envolvidos em confusões no estádio.
“No domingo (dia do jogo) a gente já tinha as imagens de mais de 300 câmeras internas e inúmeras câmeras dos coletes dos próprios agentes de segurança da Arena e identificamos, no começo da semana, a cena do arremesso da bomba no gramado. Daquele momento então, a gente começa a construir a cadeia de trás para frente das imagens, identificando onde o agressor estava durante todo o jogo, qual o percurso dele dentro do estádio e como ele entrou dentro do estádio. Até identificar, num primeiro momento, com quem ele tinha entrado no estádio. Começamos identificando uma pessoa que estava com ele, fomos ouvindo testemunhas, obtendo novas imagens analisando os artefatos que tinham sido encontrados. Aí identificamos, sexta-feira (15), feriado, definitivamente quem era o agressor. Apresentamos, ainda na madrugada, o pedido (de prisão) para o tribunal. Isso foi autorizado durante o final de semana e a prisão foi feita no domingo (17)” .
Conforme as autoridades, ele adquiriu ingresso com membro de organizada e disse que entrou com as bombas porque a fiscalização é frágil. Ele não tem passagem pela polícia. Simões disse que o celular do pedreiro foi apreendido e que as investigações continuam.
“Foi encontrada a camisa que ele usava no dia do jogo, a sacola que ele usava no dia e onde estava os artefatos. Também foi apreendido o telefone de celular dele, já com autorização judicial para ser acessado. Com tudo isso, temos certeza de que esse episódio está esclarecido e vai caminhar para um fechamento de investigação, com o processamento e prisão, se a Justiça permitir, definitiva dos responsáveis e envolvidos”, garantiu Simões.