A vitória contra o Inter é um exemplo: mesmo contra um adversário fragilizado por desfalques, teve dificuldades para garantir o resultado – Everson fez duas defesas fundamentais, e os gaúchos acertaram a trave outras duas vezes. O Atlético tem qualidade, elenco e treinador para voltar brigando pelo topo em julho. A distância para o Flamengo, atual líder, é de quatro pontos (mas com um jogo a mais disputado pelos mineiros).
Talvez ninguém comemore a paralisação tanto quanto o Inter. A derrota desta quinta-feira colocou o time colorado na zona de rebaixamento. É um incômodo, claro, mas é irreal: os gaúchos priorizaram a Libertadores, sofreram com todo tipo de lesão e tiveram uma tabela bastante complicada. A tendência é de que estejam em posição mais confortável já na virada do turno. E de que Roger Machado consiga dar estabilidade à equipe – que não fez um mau jogo em Belo Horizonte, mesmo desfalcado de jogadores fundamentais (Bernabei, Fernando e Alan Patrick entre eles).
Na outra ponta de Porto Alegre, o Grêmio também respira com a chegada da pausa. O time vem melhorando com Mano Menezes. Somou sete pontos nos últimos três jogos e começou a deixar para trás a sensação de ser candidato ao rebaixamento. Mas tem muito a evoluir. Ainda é uma equipe com pouca dinâmica de jogo, sobretudo no diálogo entre o meio e o ataque. Chegarão reforços, jogadores sairão, e Mano terá um novo cardápio de opções para montar uma equipe capaz, se tudo der certo, de almejar uma vaga na Libertadores.
A mesma ambição vale para o Corinthians, que agorá poderá exigir de Dorival Júnior uma evolução mais consistente. Desde a chegada do treinador, foram duas vitórias, três empates e uma derrota no Brasileirão. O empate contra o Grêmio foi um resultado a ser valorizado, especialmente pela ausência de jogadores como Carrillo, Memphis e Yuri Alberto. É mais uma equipe com potencial para voltar melhor da pausa.
E há o caso do São Paulo. Enquanto times como o Vasco, com Fernando Diniz, e o Cruzeiro, com Leonardo Jardim, vão se consolidando após trocarem de treinadores, o Tricolor precisa decidir se mantém Luís Zubeldía no cargo ou se aproveita a interrupção no campeonato para fazer uma mudança. A boa campanha na Libertadores pesa a favor do argentino, e há também a ressalva das lesões, mas é evidente que o São Paulo poderia jogar melhor.
Todas essas perspectivas vão se deparar, daqui a um mês, com uma realidade diferente para Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Fluminense – todos colocados entre os oito primeiros no Brasileirão. Os quatro representantes do Brasil na Copa do Mundo de Clubes estarão desgastados quando a competição voltar. E enfrentarão adversários descansados, que terão passado por uma espécie de intertemporada. É provável que tenham dificuldades.
Dessa mistura, resultará um novo campeonato. E, ao que tudo indica, um campeonato melhor.