Restaurantes começam a suspender venda de destilados em BH após casos de intoxicação por metanol no país
Pelo menos três estabelecimentos da cidade anunciaram medida preventiva. Brasil registrou 59 notificações relacionadas à intoxicação por metanol até esta quinta, mas não há registros em MG.
Por Rádio Interativa 87,9 FM
Publicado em 03/10/2025 10:40
Política

Clubes e restaurantes de Belo Horizonte começaram a suspender a venda de bebidas destiladas devido ao aumento dos casos suspeitos de intoxicação por metanol no país. Até a tarde desta quinta-feira (2), o Brasil registrou 59 notificações, a maioria em São Paulo (leia mais abaixo).

Nenhum caso havia sido confirmado em Minas Gerais até esta quinta-feira, e o anúncio feito por alguns estabelecimentos é uma medida preventiva.

O Iate Tênis Clube, na Pampulha, informou aos associados nesta quinta que a venda de cachaça, uísque, vodca, gim e outros destilados foi proibida no clube por tempo indeterminado.

 

 

"A medida tem caráter preventivo e de cuidado, considerando as graves denúncias de falsificação desses produtos divulgadas recentemente", diz um trecho do comunicado.

 

Nos restaurantes e lanchonetes do Minas Tênis Clube, a comercialização de destilados também foi suspensa.

"Após a normalização do caso, por meio da investigação das autoridades responsáveis, o Clube comunicará com antecedência aos concessionários sobre o reestabelecimento da comercialização destes produtos", afirmou o Minas, em nota.

 

A cafeteria Café Bonjour, localizada no Lourdes, Região Centro-Sul de BH, também paralisou a venda de bebidas a base de destilados. Em comunicado divulgado nas redes sociais, o estabelecimento disse que a medida busca "manter a segurança de todos que frequentam a casa".

Sem ocorrências em MG

 

A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Karla Rocha, destacou que não foram identificadas ocorrências suspeitas de intoxicação no estado, mas a orientação da entidade é que os estabelecimentos comprem bebidas somente de fornecedores confiáveis.

Outra recomendação é atenção a sinais de adulteração, como lacres tortos, erros de impressão, odor de solvente e preços baixos.

 

"Em caso de suspeita, a venda deve ser suspensa, e as autoridades, notificadas. A Abrasel também recomenda inutilizar garrafas vazias antes do descarte", disse Karla.

 

Nesta semana, o Procon-MPMG, órgão do Ministério Público de Minas Gerais, expediu uma recomendação a Abrasel e outras entidades do setor para que reforcem os mecanismos de controle e rastreabilidade na comercialização de bebidas alcoólicas.

 

"O MPMG ressalta que cabe a toda a cadeia de fornecedores – fabricantes, distribuidores, bares, restaurantes, hotéis e organizadores de eventos – garantir que produtos disponibilizados ao mercado sejam seguros".

Entenda

 

O Brasil registrou 59 notificações relacionadas à intoxicação por metanol até a tarde desta quinta-feira (2), segundo o Ministério da Saúde. Dessas, 11 já têm a detecção laboratorial da presença do metanol.

A maioria dos casos é em São Paulo (53), cinco são em Pernambuco e um é do Distrito Federal. Em SP, uma morte por intoxicação após consumo de bebida adulterada foi confirmada, e outras cinco estão sob investigação.

O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos e é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.

 
 
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