O gol de Fabrício Bruno, que saiu aos 42 minutos e em bola aérea, poderia ter acontecido até um pouco antes e de forma trabalhada. Arroyo, Christian, Kaio Jorge e Lucas Silva criaram perigo a Tiago Volpi, ainda que não fosse um amasso cruzeirense. O zagueiro da Seleção deu justiça ao duelo.
O segundo tempo se desenhou para o Cruzeiro jogar como gosta, explorando as transições em velocidade para o gol adversário. E exatamente assim poderia ter matado o jogo com Kaio Jorge, que parou no travessão. O gol perdido e outras transições mal executadas deixaram tensão no ar para a reta final. Gabigol, Eduardo e Sinisterra entraram com intuito de terem mais a bola no ataque, mas não deu certo. Restou a Cássio o papel de herói.
O goleiro, mais uma vez, foi decisivo. Surgiu assim em jogos do primeiro turno e também garantiu os três pontos em momento de desorganização defensiva contra o Vitória. No Sul, o time não esteve bagunçado, mas Cássio surgiu ao menos três vezes para evitar que a presença de cinco atacantes em campo fosse transformada em gol do Grêmio. Jogador de momentos decisivos.
Por nomes como ele e Fabrício Bruno, que decidiram no Sul, mas especialmente por um conjunto que não deixou de ser confiável em nenhum momento do ano, o Cruzeiro não dá indícios de que deixará Flamengo e Palmeiras monopolizarem com grande antecipação a disputa pela edição de 2025 do Campeonato Brasileiro. Em uma tentativa de sprint final, o time vive a maior sequência invicta vigente no torneio (sete jogos) e voltou a vencer partidas em sequência após um mês.
Isso não significa garantir que o Cruzeiro brigará ponto a ponto até a última rodada, mas que será um time que atrairá olhares das duas potências continentais a cada (raro) tropeço. A Raposa não está mais no posto de azarão há tempos. E todos sabem disso.