Análise: Cruzeiro retoma fôlego na reta final e não deixa Flamengo e Palmeiras olharem sozinhos para o topo
Time volta a engatar sequência de vitórias no Brasileiro após um mês e tem maior invencibilidade vigente no torneio
Por Rádio Interativa 87,9 FM
Publicado em 06/11/2025 09:25
Esporte

Cruzeiro cravou a retomada de resultados no Campeonato Brasileiro com a vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, fora de casa. Recuperou fôlego em momento importante da competição e está praticamente garantido na próxima Libertadores. Mas, além disso, se mostra capaz de seguir no encalço de Flamengo e Palmeiras até o fim.

Os comandados de Leonardo Jardim chegaram para o confronto no Sul após triunfo sobre o Vitória, no Mineirão. Era favorito em termos de desempenho geral, mas teria pela frente um dos times em ascensão nos duelos como mandante. Cenário bom para uma resposta do Cruzeiro. E ela chegou.

É verdade que Cássio saiu de Porto Alegre como o melhor em campo, mas a blitz do Grêmio nos 15 minutos finais não reflete fielmente o que foi a partida. O Cruzeiro teve certo controle em boa parte dos 90 minutos e poderia até ter evitado o sufoco final.

O primeiro tempo foi de muitos erros dos dois times, mas o Cruzeiro se estabilizou como dono do jogo a partir dos 30 minutos. Controlou a posse e teve boa produção mesmo com o Grêmio marcando com os 10 jogadores de linha no próprio campo - cenário que impôs dificuldades ao time em outros jogos, mas não em Porto Alegre.

O gol de Fabrício Bruno, que saiu aos 42 minutos e em bola aérea, poderia ter acontecido até um pouco antes e de forma trabalhada. Arroyo, Christian, Kaio Jorge e Lucas Silva criaram perigo a Tiago Volpi, ainda que não fosse um amasso cruzeirense. O zagueiro da Seleção deu justiça ao duelo.

O segundo tempo se desenhou para o Cruzeiro jogar como gosta, explorando as transições em velocidade para o gol adversário. E exatamente assim poderia ter matado o jogo com Kaio Jorge, que parou no travessão. O gol perdido e outras transições mal executadas deixaram tensão no ar para a reta final. Gabigol, Eduardo e Sinisterra entraram com intuito de terem mais a bola no ataque, mas não deu certo. Restou a Cássio o papel de herói.

O goleiro, mais uma vez, foi decisivo. Surgiu assim em jogos do primeiro turno e também garantiu os três pontos em momento de desorganização defensiva contra o Vitória. No Sul, o time não esteve bagunçado, mas Cássio surgiu ao menos três vezes para evitar que a presença de cinco atacantes em campo fosse transformada em gol do Grêmio. Jogador de momentos decisivos.

Por nomes como ele e Fabrício Bruno, que decidiram no Sul, mas especialmente por um conjunto que não deixou de ser confiável em nenhum momento do ano, o Cruzeiro não dá indícios de que deixará Flamengo e Palmeiras monopolizarem com grande antecipação a disputa pela edição de 2025 do Campeonato Brasileiro. Em uma tentativa de sprint final, o time vive a maior sequência invicta vigente no torneio (sete jogos) e voltou a vencer partidas em sequência após um mês.

 

Isso não significa garantir que o Cruzeiro brigará ponto a ponto até a última rodada, mas que será um time que atrairá olhares das duas potências continentais a cada (raro) tropeço. A Raposa não está mais no posto de azarão há tempos. E todos sabem disso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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